O percurso até lá faz-se
através da terra vermelha, aquela que só se vê em África, é um caminho sinuoso,
onde não se percebe muito bem onde começa e acaba a rua. Andamos pouco mais de um quilómetro e estamos a ouvir as crianças a brincar lá
fora no alpendre.
Os sorrisos e as caras de curiosidade chegam até nós já com algumas palavas,
umas faladas outras sentidas através dos olhares. Meninos desde os 3
anos que brincam e correm como se fossem mais velhos da escolinha
primária.
A primeira coisa a fazer é tomar o mata-bicho (pequeno-almoço), não sem antes
rezar e agradecer aquele leitinho tão precioso logo pela manhã. Depois é hora
de cantar musicas tradicionais, fazer o comboio e cada um ir para a sua
sala.
Tudo o que vem depois é magia, pura magia no meio de África. Três professores
ensinam o melhor que sabem quase sem recursos. A magia de quem acreditou que
era possível e que todos os dias faz com que essa magia se transforme na
aprendizagem do português, das cores, do alfabeto e dos números.
São caras como estas que nos fazem acreditar que é possível e que se todos nós
dermos um grão de milho, no fim vamos ter um pote cheio capaz de fazer um prato
de comida para cada uma destas crianças.
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