Após um 11 horas de voo e a
acordar e adormecer constantemente, finalmente chegamos a Maputo (capital de
Moçambique). A primeira conversa com um nativo deu-se na área de acesso às
bagagens. Um homem aproximou-se com um sorriso e uma proposta. Segundo ele, os
guardas do aeroporto (que verificam a bagagem à saída do aeroporto), iriam
levar alguns dos nossos pertences e obrigar-nos a permanecer no aeroporto
durante horas. Eles argumentariam que não tínhamos permissão para trazer alguns
de nossos pertences. Como poderíamos evitar esta experiência desagradável? Ao
pagar um pouco de dinheiro, que iria "resolver tudo". Bem, nós decidimos
seguir o conselho de um amigo...que nos tinha avisado antes sobre este tipo de
situações e dissemos: "Não, obrigado". O resultado? Passamos pelos
guardas e correu tudo bem. Estamos oficialmente em Moçambique!
Após a nossa chegada, uma
ex-voluntária da nossa ONGD (Um Pequeno Gesto) e o seu pai vieram receber-nos
ao aeroporto. Eles foram fantásticos e extremamente acolhedores. Ela estava na
cidade para revisitar o local onde foi voluntária pela UPG à 4 anos atrás. No
caminho, vimos um pouco de Maputo. A primeira sensação que tivemos foi: "é
claramente um país muito pobre". Mesmo sendo a capital, tendo grandes
edifícios, bancos, e.t.c., tudo parecia um pouco antigo e danificado.
No nosso caminho, atravessámos
uma estrada bastante famosa que nos leva a um lugar chamado "Macia".
Imagine-a como uma versão Africana da "Route 66". Vimos inúmeras
pessoas sentadas no chão vendendo frutos. Enquanto estávamos a atravessar esta
estrada, apareceram de forma inesperada, várias pessoas a correr na nossa
direcção. Parecia que estava a acontecer algo importante. Nós não fazíamos
ideia do que estava a acontecer, mas achamos surpreendentemente engraçado. Eles
estavam a tentar vender cajus. Foram sem dúvida os melhores que já provámos!
Ah...Moçambique!!!
20 minutos depois, chegamos a
Xai-Xai. Já não há passeios, o chão está coberto de lixo, lama e poças de água
sujas. A maioria dos edifícios têm apenas 1 andar e pareciam velhos. A maior
parte dos edifícios foram pintados de vermelho, com o logótipo da Coca-cola ou
da Vodacome. Estes edifícios eram bares, cafés e lojas locais. Aparentemente,
estas empresas oferecem as pinturas e são extremamente populares aqui ahah.
Mesmo ao lado da estrada, há crianças com coletes amarelos a vender cartões de
telemóveis para os carregar, algumas mulheres andam com alguidares de fruta no
topo das suas cabeças e outros estão sentados no chão, vendendo alimentos.
Algumas mulheres, vestidas com saias típicas africanas, algumas crianças sem
calçado e outras com os pés dentro de poças de água. Parecia semelhante ao que
normalmente vemos em documentários e filmes.
Fizemo-nos à estrada novamente e
finalmente a caminho de Chockwé, a cidade onde vamos trabalhar e viver nas
próximas 6 semanas. O Hilário é o único que conduz o carro. Ele é o coordenador
local da ONGD. A viagem foi excelente, conhece-mos o Hilário e trocamos várias
ideias. Ele é incrível, apreciamos cada minuto da conversa, enquanto
observávamos uma bela paisagem e ouvíamos kizomba (é um estilo de música dos
países africanos) tivemos a mesma sensação: Uau, isto é lindo e está realmente
a acontecer!
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