“As águas
baixaram aqui em Manjangue, antes de chokwé e logo se começou a limpeza,
coordenada pela Irmã Maria do Céu que à medida que as famílias iam voltando,
tentou envolver algumas mães e alunos para ajudar. Um trabalho muito pesado,
pois fica um matope-barro de centímetros em tudo. Roupas e papeis que são
difíceis de aproveitar. Conseguimos salvar muita coisa: computadores,
fotocopiadora, documentos dos alunos. O que ficou baixo foi com a água. As
crianças como fugiram da água, muito material escolar e roupa, uniforme também
se foram. Vive-se uma situação de fome terrível. Com o apoio que recebemos
comprámos alimentos e vamos atendendo as crianças em pior situação, os doentes
de SIDA e aqueles que estão com Vovós sozinhas e sem condições de nada.
A Irmã Esperança (enfermeira) vai socorrendo os
doentes, em suas casas e lá no Irmão Licínio, as crianças estão a tomar a
medicação muito certinha, ela controla bem. Vamos ver a recuperação de tudo que
vai demorar um pouco, mas estamos muito unidos e com coragem. Agora é
trabalhar na solidariedade para poder reiniciar a vida.
Tenho pena da Irmã Neusa, pois na escola São Vicente a água
foi mais e não tiveram tempo de erguer nada. Ainda estão a limpar, pois a água
demorou mais a baixar.
Vamos comunicando o que poderá acontecer nesses próximos
dias. Temos confiança e esperamos que o pior não venha, pois as noticias e
informações muitas vezes são contraditórias.
Quando voltarmos às aulas temos vontade de dar pelo menos
uma sopa aos alunos, pois não têm nada o que comer e nem dinheiro para comprar
uma vez que as compras agora só se fazem na Macia, tudo foi com as cheias.
Unidos na oração e na entreajuda.”
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