"Depois da minha viagem a Moçambique, uma amiga minha, que é jornalista,
ficou curiosa e fez-me uma entrevista sobre a viagem e sobre a minha
experiência como madrinha para um semanário. Envio as minhas respostas
dadas à dita entrevista e serve de testumunho:
1. O principal objetivo foi conhecer uma criança
moçambicana que apadrinhei este ano.
2. Sabia que ia encontrar uma realidade muito diferente
da nossa e tentei me preparar psicologicamente. Mas é sempre um choque ver
pessoas que, em pleno séc.XXI, vivem num "mundo" completamente à
parte, longe de tudo aquilo a que nós estamos habituados e não damos valor.
3. Além de gostar muito de crianças, sou muito sensível
ao estilo de vida em que estas crianças vivem procurando ajudar sempre que
posso. Uma amiga minha, Laura Marques, de Lisboa, no início deste ano, falou-me
que tinha tido conhecimento de uma Associação "Um Pequeno Gesto Uma Grande
Ajuda" do qual gostou muito e tinha boas referências. Esta
associação, acredita que "o acesso à
educação e nutrição, num ambiente saudável e digno permite aos jovens e
crianças moçambicanos quebrar o ciclo de pobreza".
A sua Missão é a promoção da melhoria
das condições de vida de crianças desfavorecidas e suas famílias, em
Moçambique. A partir daí, a Laura, tentou obter mais
informações básicas e decidiu apadrinhar uma criança moçambicana. Fiquei
interessada e motivada e entrei logo em contato com as pessoas responsáveis.
Daí a uns dias, depois de tratar das (poucas) burocracias necessárias,
enviaram-me um email com a fotografia do meu lindo afilhado! Chama-se Adriano,
tem 15 anos e frequenta uma instituição "Meninos de Hokwé", em regime
de internato, que fica situada em Chokwé, a 224 Km (+-3h de carro particular)
da capital, Maputo.
O Adriano frequenta esta instituição há poucos meses
porque apresenta uma condição sócio económica muito débil e vive muito longe da
escola. É uma criança que nunca reprovou um ano e é um potencial aluno
universitário. Os critérios de permanência, destas crianças, na referida
instituição, são:
Não podem reprovar (
salvo em caso de doença ou outros identificados como válidos); Manter
notas acima da média; Não abandonar o
programa; Ter um comportamento cívico exemplar e estar disponível para
receber capacitação.
Os padrinhos pagam um certo montante anualmente
que cobre as matrículas, o regime de internato, alimentação, saúde e
vestuário. Mas, mais do que uma ajuda financeira, incentivam todos os
padrinhos a entrar em contato com os seus afilhados, a estabelecerem uma
relação. Para além de alimento, estas crianças estão sedentas de carinho
e atenção.
4.O que me marcou mais foi, sem dúvida,
conhecer o meu afilhado e presenciar e conhecer a realidade em que estas
pessoas vivem. Vivem em situações de pobreza extrema, mas sempre com um sorriso
estampado na cara e uma simpatia indescritível.
5. Aconselho vivamente!! Gostei tanto e
senti-me tão bem, em participar neste programa de apadrinhamento, que estou a
pensar seriamente em apadrinhar mais uma criança. Sejam felizes e façam os
outros felizes, principalmente os que mais precisam!
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