"O
dia de hoje não tem outra descrição a não ser dia de celebração. De manhã ao
anoitecer, as comunidades encheram-nos de mimos, alegria e presentes, sempre de
sorriso na cara e mais uma música para cantar.
Começamos o dia na comunidade de Banhine, onde
participamos na celebração (99% em changana) do Dia de Pentecostes, e a partir
dai não deixamos de celebrar. Com muita dança, laranjas, amendoim e capolanas deixamos
a comunidade com o carro mais cheio do que quando chegámos. Conversámos sobre a
importância das crianças estudarem e terem o apoio das famílias, para um dia
mais tarde serem eles a fazer o seu Pequeno Gesto. O Padre Amine falou a todos
da importância da caridade, e como eles também deviam dar o que tinham, e se não
tinham dinheiro, podiam dar outras coisas - uma Mamã da comunidade podia por
exemplo no final de cada dia ajudar as crianças mais pequenas com o ABC. Foi
uma visita muito viva e com muitas conversas boas para o futuro das crianças.
Seguimos para Nhancutse, onde a festa se
multiplicou sobre as ordens da Mamã Florda, as crianças estavam animadas e
participamos nas danças também. Notamos a ausência de algumas crianças por
doença mas na maior parte todas as crianças aparentaram um olhar alegre e um
aspecto saudável. Avaliámos a cesta básica e conversámos com quem conseguimos
para partir para mais uma celebração, desta vez em Bungane.
A comunidade de Bungane é mais pequena, com pouco
mais de 20 crianças, e é liderada pela Mamã Marta, que aparenta ser não só a
coordenadora mas também até um pouco família de cada uma das crianças no
programa. Notámos com muita preocupação a alta incidência de crianças com
malária e a Mamã Marta concordou ser necessário dar mais formação às famílias
sobre as redes mosquiteiras que já todas tinham.
Antes de terminar, e depois claro de mais dança e
celebração visitámos o Furo de Bungane, que está imparável, no verdadeiro
sentido da palavra. Começam a tirar água desde as 5 da manhã e o último bidão
só pára de encher para as 17 horas. 12 horas de trabalho incansável, numa
altura em que a seca parece dificultar a tarefa. Não resisti a juntar-me ao
Mano Arnaldo para ajudá-lo a encher um bidão de água. Ao fim de 3 minutos
admirámos a força das mulheres e meninas que todo o dia asseguram que a
população tem água.
Sempre impressionados com a força local para
lidar com a adversidade, demos o dia fechado com sucesso!"
Testemunho pela Presidente e Fundadora da UPG Sara Vicente, de visita a Moçambique, Maio 2015
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