31 de janeiro de 2014

Centro de Dia HIV em Stª Luísa de Marillac

O Centro de Dia SLM oferece um programa totalmente personalizado e completo a crianças infetadas pelo HIV/SIDA, em regime diurno, garantindo a sua nutrição adequada, medicação e assistência médica constante, por um custo de €101/mês por criança doente. Pretende aliviar a pobreza local e dar uma infância mais digna e saudável a crianças muito doentes

As instalações estão disponíveis na comunidade da escola de SLM, onde a UPG já apadrinha 118 crianças muito carenciadas alem de programas de infra-estruturas, educação e sustentabilidade. Sob supervisão da nossa Parceira Local, a dinâmica Irmã Lídia, o programa promete ser mais um enorme Grande Ajuda em Moçambiquel!

Contacte-nos para mais detalhes!





30 de janeiro de 2014

O sorriso e força de espírito deste povo cativou-me!

Caroline é mais uma Mana que iniciou 2014 como Voluntária, fazendo a diferença. Partilhou connosco as primeiras impressões no local. Leiam o divertido testemunho.

"Depois de uma longa e cansativa viagem de 15 horas fui recebida de braços abertos pela Irmã Aparecida e Carlita, uma jovem linda de Moçambique que vai começar a estudar para ser freira.  Estava um calor de derreter, entramos na “pick up” da Irmã Aparecida, ou melhor no jipe de tração (se não tiver carro com tração aqui não se vai muito longe, pelo menos no interior de Moçambique)  e seguimos rumo a Chongoene, na Província de Gaza.  A viagem levou quatro horas e foi divertidíssima.  Quase na metade do caminho a Irmã já tinha comprado: tomate, cenoura, castanha de caju e recarga para o celular, tudo sem sair do carro, mesmo na beira da estrada. Quando chegamos à Missão de Chongoene despachei as malas na casa da UPG -  que é muito bem equipada e confortável, (conheci o Caxito, que mora numa casa ao lado, no jardim da casa UPG e,  quando preciso da ajuda  é só chamar: Caxiiiito, ajuda por favor? que ele vem com a melhor disposição. Fui jantar e conhecer as outras irmãs.

No dia seguinte depois de um merecido descanso fui até a casa das irmãs à luz do dia, a casa fica perto da igreja e também do Seminário.  Neste dia conheci ainda o Padre Nicolau, um padre Nigeriano com uma risada bem contagiante. Mais tarde conheci o Mano Arnaldo, Técnico UPG dos Projetos desta região e  que me ajudou a instalar a pen da internet. À noite fui à casa das Irmãs, novamente, e desta vez para uma deliciosa surpresa, um churrasquinho. Na presença dos Padres Nicolau, Artivo e Rosendo. Conversamos, comemos e eu bebi  umas cervejinhas bem geladinhas para comemorar a minha chegada neste lugar já especial.

No próximo dia acordei às 4:30 da manhã e presenciei um belo nascer do sol. Fui ao encontro do Padre Nicolau e do Mano Arnaldo para sairmos para as 3 Comunidades e fazer a entrega Mensal das Cestas Básicas assim como alguns presentes dos padrinhos para as crianças. Fomos a Banhine, Nhancutse e Bungane que são areas não muito longe de Chongoene, mas de difícil acesso, principalmente se estiver a chover, como tem sido o caso nas ultimas 2 semanas. Fomos recebidos com muito carinho pelas Mamãs UPG, pelas Manas crianças e pela comunidade destes Bairros rurais. O sorriso e força de espírito deste povo cativou-me mesmo tendo chegado aqui somente à dois dias atras.

Khanimambo!! !Muito Obrigada pela recepção e tenho certeza que irei aprender muito com vocês e dividir muitas experiências.

Mana Carol"

27 de janeiro de 2014

Happy hour em Chinhacanine!

Estamos em Chinhacanine, através da ONG Um Pequeno Gesto Uma Grande Ajuda a fazer voluntariado no Centro Renascer P’ra Esperança, cuja principal missão é proporcionar alimentação e educação às crianças locais.
O nome diz tudo! Os trilhos acidentados que nos separam da cidade mais próxima tornam-se grades que nos condenam ao isolamento.
Seja pelos buracos, seja a tentar evitá-los, quando nos deslocamos, não paramos de ser sacudidos. Esta região é gravemente afetada por cheias, tendo as do último ano causado inúmeros danos, sobretudo nas estradas.

O nível de água da última catástrofe aproximou-se do topo das casas. Infelizmente, foram poucas as que resistiram, uma vez que a maior parte da população vive em palhotas, feitas de capim e matope.
É-nos muito difícil imaginar áreas completamente submersas, talvez por pouco tempo, pois esta zona está em alerta amarelo. E como se as cheias não bastassem, estamos no distrito de Moçambique onde há mais mortes devido à malária. 

A adaptação a este mundo está a ser árdua. Estar à distância e saber que não há água canalizada, que a eletricidade é inacessível, que há doenças como o SIDA e que o calor é insuportável, é bem diferente de enfrentar estas realidades no terreno.

As diferenças não se ficam por aqui, também o conceito de família é distinto do nosso. Como resultado da prática usual de poligamia, as famílias são muito numerosas e as relações familiares complexas. Habitualmente, as crianças não vivem com os pais, ou porque estes morreram ou porque as abandonaram. Os pastores de 5 anos são exemplo da precocidade com que as crianças começam a trabalhar. Ainda adolescentes são obrigadas a abdicar do seio familiar, ficando entregues a si próprias.
Com o propósito de combater esta realidade e ajudar a comunidade onde estamos inseridos, a nossa intervenção passa pelo apoio ao ensino e entretenimento.

É muito reconfortante ver como simples brincadeiras têm um impacto tão positivo nas crianças, marcadas pela falta de afetos e carinho.
Quando anoitece, o calor continua insuportável e, de roupa sempre colada ao corpo, não conseguimos fazer nada. A falta de alimento não é uma preocupação para os mosquitos: estamos cá nós! Mesmo com redes mosquiteiras, passamos a noite em sofrimento, já que eles entram por todos os lados. Quando o calor ou a claustrofobia nos obrigam a arrancar a geringonça, é a happy hour dos mosquitos e aí, sim, somos comidos vivos.

23 de janeiro de 2014

Nos momentos mais difíceis um sorriso...

Neste dia recordamos também o testemunho da nossa voluntaria Sara Ferreira que esteve com a UPG no Chokwé de Janeiro a Março. Dias depois de chegar ao terreno assistiu a toda a violência das cheias. Fez um trabalho incansável para aliviar a população refugiada no CRPE em plena crise das Cheias, virando enfermeira e mentora, trabalhadora e ombro amigo.

"As maiores dificuldades foram sentidas nas duas primeiras semanas, porque não tivemos qualquer período de adaptação. A hipótese era “ou fazíamos, ou fazíamos” como se não houvesse escolha, tentando fazer o melhor possível para ajudar a população.
Após a chegada do Irmão Licínio, tivemos dificuldade em encontrar os mais necessitados, que se encontravam refugiados no perímetro envolvente do Centro.
Muitos perguntam-me se adorei... não se pode adorar a calamidade... o sofrimento, a dor, as feridas… mas adorei a experiência,  as pessoas, o povo, porque mesmo nos momentos mais difíceis tive sempre um sorriso como este aqui e ali... Obrigada Mozambique... eu também vos agradeço, apesar de toda a confusão inicial senti-me sempre em casa, acolheram-me como uma filha, tratei de vocês como meus, ultrapassei os momentos mais duros, e guardo os bons… não fui na “pior” altura fui na melhor altura para vocês e tudo tem sempre uma razão…  vim com o coração cheio. 

Tá tá! Mana Sara”

Um Ano Depois!


Faz hoje um ano que Moçambique voltou a ser alvo da fúria das águas, causando mais de 200 mil desalojados, c. 113 pessoas mortas e 250 mil pessoas afetadas.  A UPG esteve lá desde o primeiro momento quando o Fundo de Emergência Cheias UPG salvou vidas e trouxe alívio às populações. Recordamos hoje esta catástrofe, agradecendo a todos os que contribuíram generosamente mais de €73 mil para reduzir os efeitos desta calamidade.